terça-feira, 14 de abril de 2015

São Paulo e a extinção da CLT



Segue abaixo o voto de cada deputado paulista na votação do Projeto de Lei que permite a terceirização de todos os setores de uma empresa, que na prática pode significar o fim das leis trabalhistas como as conhecemos:

Deputado
UF
Voto
Partido
Alexandre Leite
SP
Sim
DEM
Eli Côrrea Filho
SP
Sim
DEM
Jorge Tadeu Mudalen
SP
Sim
DEM
Orlando Silva
SP
Não
PC do B
Major Olimpio
SP
Sim
PDT
Baleia Rossi
SP
Sim
PMDB
Guilherme Mussi
SP
Sim
PP
Missionário José Olimpio
SP
Sim
PP
Paulo Maluf
SP
Sim
PP
Alex Manente
SP
Sim
PPS
Roberto Freire
SP
Sim
PPS
Capitão Augusto
SP
Sim
PR
Marcio Alvino
SP
Sim
PR
Miguel Lombardi
SP
Sim
PR
Milton Monti
SP
Sim
PR
Tiririca
SP
Não
PR
Antonio Bulhões
SP
Não
PR
Beto Mansur
SP
Sim
PR
Fausto Pinato
SP
Sim
PR
Marcelo Squassoni
SP
Sim
PR
Vinicius Carvalho
SP
Sim
PR
Flavinho
SP
Sim
PSB
Keiko Ota
SP
Sim
PSB
Luiz Lauro Filho
SP
Sim
PSB
Luiza Erundina
SP
Não
PSB
Gilberto Nascimento
SP
Sim
PSC
Pr. Marco Feliciano
SP
Não
PSC
Goulart
SP
Sim
PSD
Herculano Passos
SP
Sim
PSD
Jefferson Campos
SP
Sim
PSD
Ricardo Izar
SP
Sim
PSD
Walter Ihoshi
SP
Sim
PSD
Bruna Furlan
SP
Sim
PSDB
Bruno Covas
SP
Sim
PSDB
Eduardo Cury
SP
Sim
PSDB
João Paulo Papa
SP
Sim
PSDB
Lobbe Neto
SP
Sim
PSDB
Mara Gabrilli
SP
Não
PSDB
Miguel Haddad
SP
Sim
PSDB
Ricardo Tripoli
SP
Sim
PSDB
Samuel Moreira
SP
Sim
PSDB
Silvio Torres
SP
Sim
PSDB
Vitor Lippi
SP
Sim
PSDB
Ivan Valente
SP
Não
PSOL
Ana Perugini
SP
Não
PT
Andres Sanchez
SP
Não
PT
Arlindo Chinaglia
SP
Não
PT
Carlos Zarattini
SP
Não
PT
José Mentor
SP
Não
PT
Nilto Tatto
SP
Não
PT
Paulo Teixeira
SP
Não
PT
Valmir Prascidelli
SP
Não
PT
Vicente Candido
SP
Não
PT
Vicentinho
SP
Não
PT
Arnaldo Faria de Sá
SP
Não
PTB
Nelson Marquezelli
SP
Sim
PTB
Renata Abreu
SP
Sim
PTN
Evandro Gussi
SP
Sim
PV
William Woo
SP
Sim
PV
Paulo Pereira da Silva
SP
Sim
SOL

Alguns comentários:
- Todos os candidatos do PT votaram não. Mesmo assim o projeto foi aprovado com facilidade. O PT tem a presidência da República, mas já não governa. Dilma se tornou quase uma figura decorativa.
- A única deputada do PSDB-SP a votar contra este projeto foi Mara Gabrili. Para quem não a conhece, ela é deputada desde 2011, defendendo acima de tudo a causa dos deficientes físicos. Em muitos momentos, ajudou o PT na confecção de Medidas Provisórias facilitando o acesso de deficientes ao Pronatec e ao Minha Casa Minha Vida. Mara odeia o PT. Seu pai era dono de uma empresa de ônibus em Santo André, que segundo ela foi destruída por um processo de corrupção engendrado pela prefeitura comandada por Celso Daniel em 2001. O prefeito seria assassinado no ano seguinte, para muitos por tentar desmontar este esquema, e o pai de Mara sofreu um aneurisma no mesmo ano. Para quem se interessar, a deputada deu um depoimento comovente sobre o assunto numa Comissão do Congresso, que vocês podem assistir abaixo.


Mais do que qualquer pessoa, Mara tem motivo para ter ódio do PT, mas este ódio não a cega a ponto de impedi-la de discernir o certo do errado. Mara Gabrili é uma deputada que orgulha São Paulo. Que as pessoas saibam reconhecer a sua coragem.
- Quase todos os deputados que não possuem interesses patronais e cuja popularidade está acima do Partido votaram contra este projeto, independente de juízo de valor dos outros projetos que defendem. Mara Gabrili, cujo exemplo já foi citado, Pastor Marco Feliciano, defensor dos evangélicos (achar que se deve misturar religião e política é MUITO mais perigoso do que qualquer coisa, mas isso não está em pauta neste texto), Luiza Erundina, defensora histórica de causas sociais, e Tiririca, defensor de si mesmo, são os melhores exemplos. Todos votaram contra o interesse patronal dos respectivos partidos.
- Roberto Freire, grande nome político do país, antigo líder do Partido Comunista, votou a favor. Uma pena.
- No domingo seguinte à votação desta lei, milhares de pessoas saíram às ruas de SP. Elas saíram contra o único partido grande que votou CONTRA esta lei. A água está acabando, estamos no meio de uma epidemia de dengue e com um Congresso querendo acabar com os direitos trabalhistas. Mas a única coisa que boa parte dos descontentes da Paulista sabia fazer era pedir a saída da presidente.
- Ao final da eleição no ano passado, muitos paulistas acreditavam que outras regiões do Brasil não sabiam votar. A posição dos deputados paulistas, escolhidos pela mesma população que “não suporta mais esta bandalheira”, mostra que falta autocrítica. Antes de criticar o voto alheio, pense no seu. Se você é a favor de férias e décimo-terceiro, Bruno Covas não te representa. As pessoas de classe media que comemoraram a aprovação deste projeto de lei apenas porque ele representou mais uma derrota para o PT precisam de terapia. Urgente.

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